Percorri de novo a casa toda, as brancas paredes
Imaginado-os entrar por qualquer das portas
Como é estranha esta minha sede
De estar viva meio morta

Tento colocar as coisas no devido lugar
Nunca imaginei que seria tão difícil
A casa de vocês não sei ornar
Na verdade é um sacrifício

Estar lá sem vocês nunca será meu lugar
Sei a história de cada um dos objetos
De cada canto, de cada sala de estar
Vou tentando mudar meu trajeto

Não quero que a casa que vocês viveram
Seja motivo para meu triste lamentar
Na casa que vocês tanto quiseram
Tenho uma cerimônia ao entrar

Que nunca tive antes, em época alguma
Como a vida é estranha ou estranha
Sou eu, que das montanhas
Não esqueço nenhuma

Dizem que um dia, isto vai passar....
Agora é só uma casa bonita
Em rua qualquer, como
Outra casa qualquer...